O Sistema OCB/MT sediou e forneceu suporte para a reunião técnica realizada pela Bioma Consultoria na última semana com vistas à criação de uma nova cooperativa no estado. O grupo formado por 18 empresários, a grande maioria pecuaristas, participou presencial e virtualmente da atividade, que trouxe informações sobre a estrutura da entidade, serviços e os passos para a constituição e estruturação de uma organização cooperativista. A ideia é fazê-los entenderem o que são, como funcionam, benefícios, obrigações, forma de gestão.
A coordenadora técnica da OCB/MT, Sâmyla Sousa, explicou como é formado o Sistema OCB/MT (com a OCB/MT, o Sescoop e o I.Coop), quais são os ramos do cooperativismo e de que forma ele atua junto às cooperativas. Ela também apresentou alguns números importantes, como o número de cooperativas existentes no estado (181), mais de um milhão de cooperados e mais de 12 mil empregos gerados diretamente, além de muitos outros indiretos. “O impacto de uma cooperativa dentro de um município é muito grande. Em alguns deles a única instituição financeira é uma cooperativa”, exemplificou.
Essas 181 cooperativas, ressaltou Sâmyla, têm à disposição no Sistema OCB/MT uma série de produtos e serviços que podem auxiliar das mais diferentes maneiras. São dashboards de mercado, simuladores de realidade econômica para armazenagem, projetos de negócios, análises de mercado. “Fazemos toda a parte de orientação, de constituição de cooperativa, apoio a novos negócios e assessoria técnica. Temos uma equipe multidisciplinar, formada por engenheiros florestais, agrônomos, economistas para o atendimento das demandas das cooperativas”, informou.
O veterinário e especialista em produção animal William Marchió, contratado pelo grupo para fazer a consultoria relativa à constituição de uma cooperativa, conta que eles sentiram a necessidade de se aliar nesse momento em que os preços, os valores das commodities, estão baixos. A ideia é se unirem para ficar mais fortes, mais robustos e com isso conseguirem melhores resultados na coletividade, salientou. Além da dimensão, entram também questões como respeito e credibilidade. “O movimento cooperativo no Brasil tem muito respeito, inclusive da comunidade dos consumidores. Então a gente acredita muito nesse movimento”, avaliou.
O produtor Arlindo Vilela, de Rondonópolis, contou que a ideia já era alimentada individualmente e as discussões começaram a ganhar corpo até que o grupo resolveu levar o plano à frente. “A expectativa é grande, o grupo é muito bom, o grupo base é muito interessante. Temos 19 produtores que bancaram de início. E tem um punhado de gente que está esperando essa conversa para ver como anda tudo”, revela o empresário que é de Minas Gerais e de uma família que sempre trabalhou em cooperativa.
Rafael Pereira Sguissardi, de Nova Canaã do Norte, define o projeto como um esforço de ajuda mútua, unindo interesses e forças para enfrentar períodos difíceis. “O que nós estamos passando é que temos poucos compradores e um monte de vendedores desorganizados. Então o interesse é organizar a venda e a compra. A gente vai ter mais força, diminuir os custos. A ideia da cooperativa é muito boa, já existe há muitos anos, tem dado muito certo no sul. Aqui, principalmente esse grupo, é especial, de produtores bons, eficientes, que geram renda. Então a expectativa de participar é bem alta”, observou.
